Jason Isaacs, intérprete de Lúcio Malfoy, em uma entrevista realizada a algumas semanas, revelou sua afeição pela saga e por seu personagem.
Leia a entrevista:
Você disse adeus aos filmes de Harry Potter?
Jason: Eu cheguei ao fim da linha no último natal. Em algum dia de dezembro, eu acho. Eu venho tentando aproveitar o máximo que eu posso com um pouco de publicidade e coisas do tipo porque não posso suportar dizer adeus. Eu acho que nenhum de nós pode.O que exatamente você não consegue suportar deixar para trás: as pessoas, os personagens, a própria história?
O fato da série de livros chegar ao fim, e você conhecer esse fim, mudou a sua interpretação do personagem ao filmar filmes baseados nos livros anteriores da série?Jason: Tudo isso e mais. Tem muita coisa para se amar em Harry Potter. Todas as coisas que você normalmente vivencia em filmes, você vive de forma totalmente oposta nesse. O set de filmagem é um lugar muito feliz e confortável. A maioria dos sets são lugares com uma leve vibração de medo que todos tenham escolhido o trabalho errado na hora errada. Que ninguém assista o filme, que ninguém goste da história, que ninguém consiga trabalhar de novo. Atores geralmente conseguem passar por cima dessas coisas, mas tem algo de diferente em Harry Potter.Você sabe que está fazendo uma história da qual você ama fazer parte e com a qual você sabe que as pessoas ficarão obcecadas. É a diferença entre dar uma festa e se preocupar se alguém vai aparecer, e dar uma festa na qual pessoas tem que esperar para entrar. Tudo a seu respeito sempre parece certo. E isso é apenas no que diz respeito à história. E no que diz respeito ao meu lado completamente tiete, eu ainda me belisco depois de quase uma década disso, por trabalhar com os tipos de pessoas com os quais eu trabalho.
Quando na maioria dos filmes com efeitos especiais, você reclama sobre todo o tempo que você passa sentado sem fazer nada, nunca existe tempo o suficiente para se sentar se você está sentado ao lado de Maggie Smith, Alan Rickman, Bill Nighy, Jim Broadbent, Imelda Staunton e por aí vai.
Jason: Sim, eu me sinto muito sortudo na verdade porque Lúcio teve uma verdadeira jornada. Tem alguns personagens que não mudaram tanto assim mas ele começou sendo tão arrogante (idiota) e um monstro fanático e racista que eu esperava que ele recebesse sua punição em algum momento. Mas eu não imaginava que eu seria tão descartado e humilhado publicamente.Você teve algum modelo no mundo real para a sua interpretação do Malfoy?
Lúcio pensava que ficaria ao lado de Voldemort e cairia com ele. Ao invés disso eu fui completamente castrado por ele e rejeitado por todos, e como ator é uma coisa tremendamente interessante de se fazer, não interpretar o mesmo papel o tempo todo. Então depois de toda aquela esperança e arrogância anterior, eu acho que é muito satisfatório para o público e para mim, vê-lo tão derrotado.
Jason: Quando eu fui selecionado e vi o primeiro filme, eu vi Alan Rickman, que é o melhor vilão do mundo e foi maravilhoso como o sinistro Snape, e eu pensei, “Que diabos eu vou fazer? Como eu vou conseguir fazer alguma coisa que seja de algum modo diferente?” Tudo que eu tinha que fazer era olhar ao redor.Você diria que Lúcio é o pior vilão que você já interpretou?
Eu não sei como é na América, eu não estou familiarizado com o respectivo grupo de políticos fanáticos conservadores, mas nós temos muitas pessoas na Europa se levantando e falando da mesma forma e pensando da mesma forma que Lúcio pensa sobre separatismo racial e homogeneidade racial e não é de nenhuma forma fictício. Parece que foi tirado diretamente das manchetes diárias. Então esse tipo de arrogância e denominação é algo que você pode ver em qualquer jornal na Europa em qualquer dia.
Jason: Não, ele não é o pior. Ele é um terrível covarde. E no fim ele não acaba fazendo muita coisa na verdade. Ele é o típico cão que ladra mas não morde, na verdade. Se ele fosse capaz de fazer alguma coisa, ele poderia estar no meio das mais perversas pessoas e as conseqüências seriam calamitosas.Eu li que você leu os primeiros quatro livros de Harry Potter em três dias. Você é um grande fã de literatura infantil ou de fantasia?
Mas ele está muito mais preocupado com a sua aparência, em como ele reflete no espelho e em aparecer no jornal, do que em participar da ação. E eu acho que o Voldemort está certo ao ver que ele é viciado por seu status, em andar de nariz empinado e em passar muito tempo no alfaiate e pouco tempo “afiando a varinha”.
Jason: Não, de forma alguma. Na verdade eu era bastante desdenhoso com relação a esses livros. Eu não entendia o motivo de alguns contemporâneos meus se divertirem com eles e me perguntarem se eu os tinha lido. Eu pego muito o metrô na Inglaterra, e adultos, pessoas com idade para beber, servir ao exército e se casar, estavam lendo livros infantis.Tem tantos ótimos detalhes nos livros.
Eu fui bem arrogante com isso até que eu mergulhei na história. Ela é tão bem escrita, que você é transportado. Isso tem grande valor. Ela é uma fuga tão maravilhosamente realizada. É como se sentar em um tapete mágico ao abrir a porta da frente.
Jason: Eu não tinha filhos quando consegui o papel em A Câmara Secreta. Eles foram muito generosos com nosso horário para permitir que eu e muitos outros atores fizessem outras coisas. Mas uma das coisas que eles fizeram foi filmar A Câmara Secreta na época do nascimento da minha primeira filha. Então por conseqüência eu li uma grande quantidade de livros infantis. Eu não só gostei dos livros de Harry Potter na época, em retrospecto, eu vejo o quanto eles são bem sucedidos em atrair pessoas de várias idades diferentes. E eles significam coisas diversas para crianças em diferentes idades.
Eu estou na verdade começando a ler para a minha filha de cinco anos agora e fico pensando em que momento eu paro. Ela fica querendo ir para o próximo livro e eu fico pensando em que momento eles ficam muito crescidos. Mas ela está completamente imersa na história e não quer sair. Ela viu os dois primeiros filmes. Eu acho que eles ficam muito assustadores depois disso para ela nessa idade.
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